quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Breve retrato de Olavo Bilac

num crayon de António Carneiro



Olavo Bilac (Rio de Janeiro, 16 Dez. 1865 - 28 Dez. 1918) foi um grande e respeitável cultor da Língua Portuguesa. Poeta, contista, cronista e jornalista. «A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo» - teria escrito, talvez ainda antes do outro que todos conhecemos…
Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, colaborou em diversos jornais e revistas, entre eles o Diário de Notícias e a Gazeta de Notícias, do Rio. E também nos sucessivos periódicos luso-brasileiros do tempo: A Imprensa (1885-1891), A Leitura (1894-1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914) e Atlântida (1915-1920).
 Activo republicano e nacionalista, é o autor da letra do Hino à Bandeira brasileira. Foi inspector de instrução da escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal; foi também secretário do Congresso Pan-Americano realizado em Buenos Aires. Entre uma multifacetada intervenção cívica e literária, granjeou o reconhecimento geral e a simpatia popular.
Em Lisboa, em sua homenagem, o jardim frente ao Palácio das Necessidades tomou o nome de «Jardim Olavo Bilac».

Sobre Bilac, as suas relações e viagens com e a Portugal vale muito a pena ler um interessante texto, intitulado «Bilac em Lisboa» [1], acessível neste PDF.
            Será, por certo, da sua última das viagens a Lisboa, a realizada em 1916, este retrato de Olavo Bilac, um belo desenho da autoria de António Carneiro (Amarante, 16 Set. 1872 - Porto, 31 Mar. 1930).

            Recordemos que já aqui e aqui vimos algumas fotos onde Olavo Bilac está presente. São fotografias tiradas por ocasião da estada de Malhoa no Rio, em 1906, durante a visita social ao Sumaré de 29 de Julho. Oferecidas e legendadas pelo seu autor, Luiz Canêdo, foram trazidas do Rio e bem guardadas por Malhoa. Publicam-se de novo agora. 
               Cento e cinquenta anos após o nascimento de Olavo Bilac.


«Este bloc sinthetiza a Poesia e a Arte - nas suas mais bellas e extraordinarias creações». 
«29 Julho 1906 - Sumaré».                                                      «Luiz Canêdo».
Olavo Bilac será o primeiro da esquerda, seguem-se Joaquim e José Malhoa, Rodolfo Bernardelli, e Gonzaga Duque.


«Lembrança do almoço que o grande industrial Casimiro Alberto da Costa, 
offereceu ao distincto pintor José Malhôa no alto do Sumaré, em 29 de Julho de 1906»  (fotografia: Luiz Canêdo).
Dos cinco sentados na segunda fila, Olavo Bilac será o último mais à direita.























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16 Dez. 2015. LBG.


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[1] Dimas, Antonio. «Bilac em Lisboa», in Via Atlântica, nº2, pp.174-189. USP-Universidade de São Paulo, 1999.


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